Assim que o stand da Ouvidoria do Ministério Público do Estado de Mato Grosso começou a atender, no sábado (24), às 16 horas, no Residencial Ilza Terezinha Picolli Pagot, em Cuiabá, a moradora Elizabete Soares, 54 anos, foi uma das primeiras a chegar. Líder comunitária há mais de 30 anos, ele foi em busca de material orientativo para trabalhar com mulheres vítimas de violência doméstica que residem nos residenciais vizinhos.
“Temos muitos casos de violência doméstica. É um problema grave que existe em todos os lugares e aqui não é diferente. Na igreja que eu frequento nós temos um trabalho direcionado a estas vítimas. Aproveitei a vinda da Ouvidoria para buscar algumas cartilhas orientativas para distribuir a estas mulheres. Elas precisam ter consciência dos seus direitos. Como sou líder comunitária há mais de 30 anos, também fiz algumas reivindicações do que mais precisamos como posto de saúde e escola. Esses serviços não temos aqui, os moradores precisam ir ao 1º de Março. Tudo muito difícil”.
Quem também aproveitou a vinda da Ouvidoria no bairro foi a trabalhadora Darquila Caroline, 30 anos. Com a filha de um ano no colo ela foi em busca de orientação para conseguir uma vaga na creche para deixar a filha. “Estou desde dezembro esperando uma vaga para minha pequena. Eu trabalho todos os dias das 6h30 às 12h30. Pago R$ 350 para minha vizinha cuidar dela. Não é fácil para mim porque tenho três filhos pra criar e ainda tomo conta da minha mãe que é doente. Se ela ficasse na creche seria ótimo. Mas não consigo a vaga. Por isso, vim aqui na Ouvidoria para ver se me ajudam. Eu achei ótimo o serviço no bairro, porque é difícil ir até o Ministério Público, quando saio do trabalho tenho que ir correndo para casa buscar minha filha”.
De acordo com Valdir Vieira Pereira, integrante da Associação de Moradores do Ilza Terezinha, cerca de 7 mil pessoas residem em seis conjuntos habitacionais da região – Ilza Terezinha, Wantuil de Freitas, Buritis, Jamil Nadaf, Jonas Pinheiro e Solar da Chapada. Conforme ele, o principal gargalo nesta região é a falta de uma unidade de saúde.
“Em 2012 a Unidade Básica de Saúde (USB) começou a ser construída ao lado da creche do Ilza Terezinha. Porém, as obras pararam no início de 2017 e não foram mais retomadas. Cerca de 70% da obra está concluída, faltando basicamente os equipamentos. Como tudo está parado há quase dois anos, a obra está sendo depredada. Sem unidade de saúde os moradores têm que ir até o CPA 3 em busca de atendimento de saúde”.
Ele ressalta que a vinda do Projeto Viva Seu Bairro até a comunidade é importante, já que facilita o acesso dos moradores. “O Viva Seu bairro traz praticamente todos os serviços. Isso ajuda muito os moradores já que a maioria não tem como ir até essas instituições para falar sobre suas demandas. Nós aproveitamos a vinda da Ouvidoria para reforçar a importância desta USB ser concluída aqui no residencial. Já existe uma ação tramitando e nós esperamos que essa unidade finalmente seja concluída”, diz Valdir Pereira.
Saiba mais – A Ouvidoria do MPMT tem como objetivo atender as demandas da sociedade e elevar a transparência do trabalho desenvolvido pela instituição. Além do atendimento itinerante, a população pode acessar esse serviço pelo telefone 127, aplicativo MP Online (disponível para os sistemas operacionais Android e iOS), e-mail ouvidoria@mpmt.mp.br, formulário eletrônico de manifestação e atendimento presencial na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, localizada na Rua 04, s/nº – Centro Político e Administrativo, em Cuiabá, aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Fonte: MPMT